sexta-feira, 5 de junho de 2009

Amazônia: pecuária na Amazônia em cheque

                     Em 02 de junho de 2009, a forma de instalação da cadeia da pecuária na Amazônia, onde se destaca a desflorestamento ilegal para pastagens bovinas, foi escancarada para o mundo depois das ações do Ministério Público do Pará contra produtores de gado que promoveram desmatamento ilegal de áreas de florestas. No escopo da mesma ação, avisou aos frigoríficos e curtumes compradores de gado destas fazendas que eles não deveriam mais adiquirir gado de tais produtores, a mesma advertência foi feita ao comércio varejista ligado a cadeia nacionalmente. Caso contrário, serão responsabilizados solidariamente pelos crimes. 

                                         Paralelamente, o Greenpeace, mostrou em estudos-denúncia que as indústrias processadoras de carne e couro na Amazônia, estão fortemente conectadas a grandes empresas globais, tentando conscientizar a população da necessidade de atentar para o consumo consciente, para a verificação de origem dos produtos consumidos.

     Um debate já realizado por muitas outras instituições,há algum tempo. Como por exemplo, Movimento Nossa São Paulo ou Instituto PEABIRU.
Mas uma visita rápida no site do BNDES verifica-se que o governo brasileiro não só financia a cadeia de produção bovina através de créditos e incentivos, mas que autarquias federais associam-se as indústrias processadoras de carne e couro. Isto, princípio, não é ilegal, não é imoral. Mas possibilita debates quanto aos critérios para o financiamento e associação governamental. Um quadro não afeito a conclusões apressadas

             Este não é um quadro de análise simples. O governo brasileiro comprometeu-se internacionalmente em reduzir emissões de gases de efeito estufa, e consequentemente o desflorestamento na Amazônia (só um exemplo. Mas também é responsável por assegurar aos setores nacionais, a viabilidade de seus negócios. Dentre estes setores está a cadeia de produção bovina, principalmente carne e couro. Pois destas dependem também as exportações do país e o superávit nacional. Do superávit nacional dependem as políticas de estado e de governo.

            Esta não é uma equação simples. Não cabe em análises fortuitas carregadas de interesses de grupos tais os quais. E preciso pensar a questão na perspectiva de totalidade e para além dos interesses de grupos específicos.

Segue no leia mais notícia da Agência Brasil que antecedeu a explosão das denúncias sobre a cadeia da carne na Amazônia.
País deve recuperar 50% das vendas carne bovina para a União Europeia até o fim do ano


Depois de ter as exportações de carne bovina para a União Europeia (UE) embargadas no início do ano passado, por problemas de rastreabilidade, o Brasil deve alcançar, até o final deste ano, volume equivalente a 50% das vendas realizadas em 2007, antes do episódio. A informação foi dada hoje (28) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Segundo ele, há cerca de mil propriedades autorizadas a vender para a União Europeia, e o país já recuperou 25% da capacidade de exportação de antes. Mensalmente, são auditadas entre 100 e 150 fazendas e, apenas em Mato Grosso, um dos maiores produtores de carne bovina, já há mais de mil propriedades na fila de espera para serem visitadas pelos técnicos do Ministério da Agricultura.

Em 2007, o Brasil exportou 912 mil toneladas de carne bovina para a UE, recebendo US$ 4,2 bilhões.

Quanto à situação dos frigoríficos brasileiros, que chegaram a demitir mais de 30 mil funcionários, Stephanes disse que está normalizada. De acordo com o ministro, a maior preocupação do governo era com as indústrias de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas “as coisas se ajustaram naturalmente”.

Ele disse que algumas delas adquiriram outras e também houve redução da capacidade ociosa de cada empresa. O ministro informou que, inclusive, há frigorífico de Mato Grosso do Sul que já demonstrou intenção de importar carne bovina.

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Amazonia

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Altamira-Pará Foto Carmen Américo